Matéria da Economist examina WhatsApp e a indústria da fake news na política
A Economist desta semana traz uma matéria sobre o uso do WhatsApp para a propagação de fake news. O problema apontado é que, diferente do Facebook, a comunicação no WhatsApp acontece em trocas privadas e não geralmente não usa links que podem ser monitorados. Essa falta de controle sobre o que circula facilita a circulação intencional de informações erradas pela internet.
Destaco dois trechos úteis para – como a revista mesmo aponta – pensar o impacto disso nas varias campanhas eleitorais que acontecem nos próximos dois anos, inclusive a brasileira.
A passagem a seguir descreve a maneira como a fake news, esse conteúdo inventado e difamatório, entra em circulação na sociedade.
Em um “quarto de guerra” usado por um partido para a fábricação de conteúdo para as mídias sociais , funcionários passam o dia “empacotando a maior quantidade possível de insultos em uma mensagem de WhatsApp”, para ser encaminhada para membros e simpatizantes do partido.
Passar para simpatizantes – É aqui que acontece a “lavagem da informação” – uso o termo aqui emprestado de “lavagem de dinheiro” – para esses textos tendenciosos e mentirosos ganharem credibilidade.
É um processo de filtragem da origem dessa informação: do funcionário pago pelo partido (suspeito) para o partidário ou militante (menos suspeito) para os amigos do partidário (mais isentos) para o público.
A mensagem chega muitas vezes disfarçada como conteúdo amador; não há indicação clara de procedência.
O conteúdo vai primeiro a pessoas que acreditam apaixonadamente nessas ideias e informações. Esses simpatizantes estão predispostos a acreditar naquela notícia ou opinião; já estão convencidos. Os “fatos” e a redação contundente fortalecem vínculos entre pessoas que compartilham as mesmas convicções.
No fim da matéria, a matéria cita o comentário de um executivo do Facebook, reconhecendo a ineficiência das mudanças recentes implementaras pela empresa para combater a circulação de fake news.
“Campanhas de desinformação não são operações amadoras.elas